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O fogo corre solto nas florestas, na cidade.
Onde cada preto morto é um vacilo da sociedade.
Que vê maldade num menino de tênis e bermuda.
Que vê um fuzil no caderno e livro que ele estuda!
Isso não muda! Esse país tá limitado!
Onde o cara que é inocente sem ter prova já é condenado.
Se for só preso, foi sorte!
Que o preto hoje é condenado à pena de morte!
Precisa ter olhos nessa ilusão
Pra enxergar as correntes recentes da escravidão!
Não somos livres não! Não somos livres não!
Precisa ter olhos nessa ilusão
Pra enxergar as correntes recentes da escravidão!
Não somos livres não! Não somos livres não!
Quem perde a bala se cala diante do desespero por tanta morte!
Quem rala, não para, trabalha e nunca roubou tem que contar com a sorte!
De não ser ninguém quem ache a tal da bala perdida!
Num país sem pena de morte o inocente paga com a vida!
Precisa ter olhos nessa ilusão
Pra enxergar as correntes recentes da escravidão!
Não somos livres não! Não somos livres não!
É fogo na mata que mata “os bicho” que infarta de tanta fumaça!
E chama de chata a gente que ataca quem promove tanta desgraça!
Vive num palácio de ouro, se gabando “das roupa” de couro!
Não se importa que atrás desse sorriso tenha choro…
Precisa ter olhos nessa ilusão!
Pra enxergar as correntes recentes da escravidão!
Não somos livres não! Não somos livres não!
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Precisa ouvir a voz do coração!
Sinta as correntes recentes, dormentes da escravidão!
Está em nossas mãos!
Está em suas mãos…
