No mês da Consciência Negra evento traz Samba de Coco, Maracatu e Ciranda

“Sabedoria Preta” reúne Martinha do Coco, Grupo Bongar, Mãe Baiana de Oyá e Ìdòwú Akínrúlí, no Paranoá.

 

No segundo domingo de novembro, 10/11, a partir das 13h, a artista que virou referência em cultura popular, Martinha do Coco, recebe o público no evento Sabedoria Preta. O encontro que acontece na praça 28 do Paranoá e reúne importantes representantes da cultura afro-brasileira, promete trazer o melhor da música preta popular ao DF. No mês da Consciência Negra, o evento apresenta expressões culturais de matriz africana como Samba de Coco, Maracatu e Ciranda. A entrada é gratuita e a classificação livre para todas as idades.

“Será uma honra receber tantos artistas importantes para a nossa cultura. Me sinto homenageada com a presença deles aqui, contemplando e representando a cultura popular através do samba de coco, da ciranda e do maracatu.  Fico muito feliz não só por ser um grande evento com grandes artistas, mas por acontecer no Paranoá. Vai ser lindo”, comemora, Martinha.

O evento traz também a oportunidade de aprender sobre culturas de matriz africana e trocar conhecimentos durante a roda de saberes comandada por Martinha e seus convidados.  Oficinas e um show de samba de coco prometem agitar quem estiver assistindo.

Sabedoria Preta faz parte do Circuito de Culturas Populares e Afro-brasileiras, projeto idealizado pelo Instituto Candango de Culturas Populares, fomentado pela Fundação Palmares e produzido pela Rosa dos Ventos Produções. O objetivo do projeto é estimular a valorização de territórios culturais do DF.

“Esse evento proporciona ao público do DF um importante contato e aproximação com a nossa cultura popular. Esse é o nosso objetivo, difundir e valorizar artistas, grupos e territórios que fazem parte da construção da nossa história e identidade. Tudo isso em um mesmo espaço, em uma praça, ao alcance de todos”, destaca Stéffanie Oliveira, diretora do Instituto Candango de Culturas Populares.

 

Conheça os convidados

Grupo Bongar

Composto por cinco jovens, todos familiares e integrantes do terreiro Xambá do Quilombo do Portão do Gelo, em Olinda, o Grupo Bongar traz na bagagem diversas influências musicais vivenciadas nos cultos afro-brasileiros, principalmente da linhagem Xambá. Após o lançamento, em outubro, de seu sexto álbum, “Macumbadaboa”, realizado em parceria com o DJ norte-americano Maga Bo, o grupo vem a Brasília apresentar o cotidiano de sua comunidade e a religiosidade do seu povo por meio da música e da dança.

Para Guitinho da Xambá, líder do grupo, a expectativa é que no mês da consciência negra o evento levante discussões importantes.

“ Muito além das manifestações culturais, como a dança e a capoeira, os movimentos de resistência da população negra, dos terreiros, são fundamentais para a formação intelectual do nosso país. Este encontro será uma excelente oportunidade de compartilharmos nossas tradições e cultura.  Eventos como esse são fundamentais e contribuem para a construção de uma sociedade melhor”, afirma.

 

Ìdòwú Akínrúlí

O percussionista e dançarino nigeriano Ìdòwú Akínrúlí, que atualmente vive em Porto Alegre, se dedica a realização e promoção de ações culturais que fomentam a arte e cultura Yorùbá, sua matriz étnica.  Com uma bagagem respeitada em seu país de origem, Ìdòwú já realizou trabalhos junto a inúmeros artistas africanos importantes.

Em 2018, como promotor de intercâmbio cultural entre Nigéria e Brasil, o artista integrou a comissão responsável pela vinda do rei Ọọni Ọba Adéyẹyẹ̀ Ẹnitàn Ogúnwusì, a maior autoridade do povo Yorùbá, ao Brasil.

Atualmente, Ìdòwú se dedica a empresa ÌLÚ AKIN e ao Grupo ÌBEJÌ e Ò̩s̩é̩è̩túrá Africa’njazz, fundado com o propósito de promover e difundir a cultura e arte de matriz Yorùbá.

 

Mãe Baiana de Oyá

Matriarca do maior terreiro do DF, o Ilê axé Oyá Bagan, Mãe Baiana é uma das principais lideranças espirituais do candomblé no Brasil. Militante pelos direitos da população negra e das comunidades de terreiro, há 30 anos, Mãe Baiana se dedica exclusivamente à difusão da cultura afro descendente. É autora do livro Chão&Paz um manifesto político-religioso que celebra a paz entre os povos, exalta o fim das discriminações e relata a vida de uma notável mulher negra Brasileira.

 

Sobre Martinha do Coco

Marta Leonardo ou Mestra Martinha do Coco é artista e moradora do Paranoá há 3 décadas. Ela é rainha dos batuqueiros e batuqueiras da cidade e foi reconhecida, em 2013, pelo Ministério da Cultura, como Mestra da Cultura Popular. Em 2017, a artista alcançou outro feito, foi homenageada pela Secretaria de Cultura do DF com o prêmio de Cultura Afro e esse ano, 2019, na CLDF com a Moção de Louvor pelos seus feitos culturais.

Martinha faz da Praça 28 no Paranoá, seu terreiro, sua escola, sua sede, além de um território cultural. Lá acontecem ensaios com a sua banda, rodas de saberes e festejos tradicionais há 15 anos. Ela iniciou a carreira cantando samba de coco no grupo de percussão da organização Tambores do Paranoá (TAMNOÁ), e foi uma das fundadoras do Ponto de Cultura Tambores do Paranoá.

 

SERVIÇO:

Sabedoria Preta – Cocos, Ciranda e Maracatus

Dia: 10 de novembro, domingo

Hora: 13h.

Local: Praça da 28, Paranoá.

Programação: Mestra Martinha do Coco (DF/PE), Grupo Bongar (PE), Ìdòwú Akínrúlí (NIG), Mãe Baiana de Oyá (DF/BA).

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