7º. BIFF – BRASILIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL
DE 21 A 26 DE ABRIL DE 2020.
Único festival brasileiro dedicado ao trabalho de cineastas estreantes vai acontecer totalmente online com mostra competitiva completa
*Somando-se às ações positivas em todo o mundo, a curadora e criadora do BIFF, Anna Karina, leva o festival para a plataforma digital, sendo o primeiro festival on line do Brasil.
*Exibições acontecerão através do site do BIFFESTIVAL.COM com suporte da LOOKE, maior plataforma brasileira de distribuição digital de vídeos via streaming
*Mostra especial Tributo Kirk Douglas, com exibição de alguns dos maiores sucessos da carreira do ator
*Programação para crianças e adolescentes com o inédito BIFF JUNIOR, o braço teen do festival
Está tudo pronto para um evento que singulariza Brasília. Único festival brasileiro dedicado à produção de realizadores estreantes e de caráter internacional, o BIFF – BRASÍLIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL chega à sétima edição em 2020 respirando inovação. O festival acontece de 21 a 26 de abril, com acesso pelo site BIFFESTIVAL.COM, redirecionado para a plataforma LOOKE, de distribuição digital via streaming. Para acessar os filmes, basta clicar no filme da mostra e, após preencher um cadastro, ter acesso a toda programação diária.
Coube à equipe do BIFF transformar o que viria a ser um empecilho, a pandemia do Covid-19 que obriga as populações a ficarem em isolamento, em motor de maior alcance do festival. Com acesso livre pela internet, espectadores de todo o Brasil poderão assistir aos filmes selecionados para o festival. O festival tem direção geral e curadoria da jornalista, produtora e cineasta Anna Karina de Carvalho.
Além da realização online, o 7º BIFF apresenta outras novidades: o BIFF JUNIOR oferece uma programação especial teen, com grandes atrações voltadas para crianças e adolescentes. E seguindo a proposta original do festival – que sempre presta homenagem a grandes mestres do cinema mundial – a sétima edição reverencia o grande ator, autor e diretor Kirk Douglas, apontado como um dos maiores nomes do cinema hollywoodiano, falecido em fevereiro passado, aos 103 anos de idade. O curador Mario Abadde selecionou cinco filmes que percorrem a trajetória de Douglas, apresentando sucessos como “Spartacus” e “Sede de Viver”.
O FESTIVAL
Serão oito títulos inéditos, entre ficções e documentários, selecionados por uma curadoria que, além de Anna Karina, inclui o jornalista e crítico de cinema Pedro Butcher, a produtora e criadora da distribuidora Fênix Filmes Priscila Miranda e o cineasta e repórter Marcio de Andrade. Além das exibições, os espectadores poderão conferir chats e debates com os realizadores/as.
A programação do 7º BIFF inclui títulos inéditos como “Liberté”, a mais recente produção do espanhol Albert Serra, nome de ponta do cinema independente europeu. O filme conquistou o Prêmio Especial do Júri na mostra Um Certo Olhar, no último Festival de Cannes. Na tela, uma narrativa radical sobre uma noite de jogos sexuais num bosque do século XVIII, reunindo libertinos franceses, que oferecem um vislumbre do verdadeiro significado de liberdade.
Também poderá ser visto o filme indicado pela Polônia como concorrente ao Oscar. É “Corpus Christi”, direção de Jan Kamasa, sobre a história de um rapaz de 20 anos que se converte no Centro de Detenções para Jovens e decide ser sacerdote. Embora o crime cometido por ele o impeça de entrar para o seminário, ele se veste de sacerdote e vai ministrar numa pequena cidade do interior do país.
E ainda o comovente e curioso “We are little zombies”, do japonês Makoto Nagahisa, sobre quatro jovens que, num dia ensolarado, se encontram num crematório. Todos acabam de perder os pais de forma surpreendente, mas estão incapazes de chorar. Na busca por recuperar a capacidade de sentir, eles decidem formar uma banda de rock.
O 7º BIFF tem o patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Governo do Distrito Federal – GDF.
DIREÇÃO GERAL E CURADORIA – Nascida em Brasília, a jornalista, produtora e cineasta brasileira Anna Karina de Carvalho cursou Comunicação na FAAP, em São Paulo e, em 1995, mudou-se para Londres, onde atuou como correspondente do Jornal Euro Brasil Press. Em 1996, nova mudança, desta vez para Estocolmo, na Suécia, onde, dois anos depois, ingressou no Festival de Estocolmo como programadora. No mesmo ano, fundou o STOCKHOLM INTERNATIONAL FILM FESTIVAL JUNIOR. O diferencial do festival foi formação de uma curadoria mirim, festival de filmes de um minuto, e jornal impresso com críticas escritas por crianças e adolescentes. O JUNIOR lhe concedeu notoriedade na Suécia e levou à fundação de várias mostras semelhantes em países europeus como o da Macedônia. Em 2002, se tornou cidadã sueca. No mesmo ano, ganhou um concurso de roteiros pela SVT – SwedishTelevision e SwedishFilmInstitute, pela obra ASSITENTEN. De volta ao Brasil, trabalhou como gerente internacional do programa CINEMA DO BRASIL/APEX. Em 2003, fundou o Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), a convite da diretora Carla Camurati, e desde então fundou e trouxe festivais de cinema de vários formatos para a capital. Em 2012 abriu, em sociedade, o Cine Cultura em Brasília. Neste mesmo ano, criou, ao lado de seu sócio, o International Film Festival (BIFF). Foi editora chefe e jornalista responsável pela Revista TABU e, em 2015, ingressou por concurso na EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Em 2017, recebeu o prêmio Vladimir Herzog pelo documentário MULHERES DO ZICA. Anna Karina dirigiu os documentários UTROPIC NO UMBIGO DO MUNDO (vencedor do Candango de montagem) e o GERAÇÃO PROZAC. Em 2008, estreou como diretora de ficção no curta ANGÉLICA ACORRENTADA.
MOSTRA HOMENAGEM A KIRK DOUGLAS
O jornalista, crítico de cinema, escritor, professor, pesquisador e cineasta brasileiro Mario Abbade selecionou cinco filmes que percorrem o período de ouro da carreira do grande ator Kirk Douglas, falecido no último dia 5 de fevereiro. Estão na programação “A Montanha dos 7 Abutres”, décimo filme de Billy Wilder, no qual aborda questões relacionadas à ética jornalística; “Assim estava escrito”, de Vincent Minnelli, que retrata a Hollywood dos anos 1950, com referências a personalidades reais; “Sede de viver”, também de Vincent Minnelli, em codireção com George Cukor, sobre a vida de Van Gogh, no qual foram utilizadas pinturas reais; o épico “Spartacus”, de Stanley Kubrick, sucesso estrondoso que arrecadou na época 60 milhões de dólares; e “Sua última façanha”, de David Miller, com uma narrativa que opõe tradição e modernidade e conta com um dos grandes desempenhos de Kirk Douglas.
Considerado um dos melhores atores da história do cinema, Douglas foi também diretor e autor de 12 livros, sendo o último deles “Eu sou Spartacus”, no qual relata sua atuação na caça às bruxas promovida pelo macarthismo dos anos 1950 nos Estados Unidos. Inquieto, atuante, Kirk Douglas foi incansável até o fim da vida. Em 2009, aos 92 anos, escreveu e atuou no monólogo “Before I Forget” (Antes que me esqueça), no qual durante 90 minutos contava passagens de sua vida.
Por Mario Abbade
“Se quer apostar, aposte em você”, foi o que disse Bryna para seu filho Issur Danielovitch quando soube que ele havia perdido os poucos trocados que tinha ganhado em um dos trabalhos braçais que costumava fazer. Foi exatamente apostar em si mesmo o que ele fez ao adotar o nome Kirk (porque soava bacana) Douglas (por causa dos filmes do ator Douglas Fairbanks Sr.) e então se tornar uma estrela da constelação de Hollywood nos anos 50 e um produtor de sucesso.
A história de vida do ator parece o roteiro de um dramalhão. Kirk Douglas é filho de imigrantes russos, judeus, muito pobres. Douglas trabalhava para pagar os estudos, e contribuía em casa. Foram mais de 40 empregos e muita força de vontade até chegar ao topo.
Douglas faz parte do último suspiro da época de ouro de Hollywood. O ator faleceu com 103 anos, no último mês de fevereiro de 2020. Apesar de um acidente que quase lhe tirou a vida e de um AVC que prejudicou sua capacidade de falar, manteve até o fim da vida uma atividade literária invejável, tendo lançado 12 livros, o mais recente “Kirk and Anne: A Hollywood life”, sobre os 62 anos de seu casamento e de sua vida no cinema.
Apesar do conto de fadas na vida real, Douglas sempre personificou o anti-herói ambivalente e sombrio: “Eu sempre fiz os filhos da puta, mas sempre tentei mostrar como eles se tornaram isso. O porquê de eles serem assim”. Seu estilo e personalidade na tela resultam em algo raro mesmo entre os melhores atores. Com personagens verossímeis, Douglas foi indicado a três Oscars e levou um pelo conjunto da obra em 1996. Atravessou sete décadas fazendo filmes e tem a reputação de ser um trabalhador compulsivo. O diretor Melville Shavelson, que trabalhou com Douglas em “À sombra de um gigante”, comentou: “Kirk Douglas é inteligente. Nos meus outros projetos, os atores só discutiam as suas falas, eles nem liam as falas dos outros. Já Kirk lê todo o roteiro, inclusive as marcações da direção”. A esposa do ator, Anne, descreve a vida ao lado de Douglas como “sentada num lindo jardim bem perto de um vulcão”.
The Bad and the Beautiful – Assim estava Escrito
EUA, 1952, Drama, 118 minutos, 14 anos
Direção: Vincent Minnelli
Elenco: Kirk Douglas, Lara Turner, Walter Pidgeon
A história se desenvolve a partir de depoimentos de profissionais de Hollywood sobre um produtor durão e manipulador, Jonathan Shields, odiado por muitos.
Spartacus – Spartacus
EUA, 1960, Drama/Biografia, 198minutos,14 anos
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons
Escravo do Império Romano torna-se gladiador após ser condenado à morte. Na arena romana, perde uma luta contra um escravo negro que contraria a tradição e poupa a sua vida. A execução de seu opositor faz com que Spartacus lidere uma grande revolta contra o poderio do Império Romano.
Lust for Life – Sede de Viver
EUA, 1956, Biografia/Drama, 122 minutos, 14 anos
Direção: Vincent Minnelli, George Cukor
Elenco: Kirk Douglas, Anthony Quinn
Baseado na obra homônima de Irving Stone, mostra a trajetória de Vincent Van Gogh a partir de 1877, época em que trabalhava no serviço religioso numa vila de mineiros na Bélgica. Devido a seus problemas psiquiátricos, Vincent é levado por seu irmão para Paris, onde conhece diversos artistas impressionistas, especialmente Paul Gauguin, que se tornaria seu melhor amigo. Enquanto se estabelecia como um artista genial, Van Gogh via sua saúde mental se deteriorar.
Lonely are the Brave – Sua Última Façanha
EUA, 1962, Drama/Faroeste, 107 minutos, 14 anos
Direção: David Miller,
Elenco: Kirk Douglas, Gena Rowlands, Walter Matthau
Ao descobrir que seu melhor amigo foi condenado a dois anos de prisão, Jack Burns volta a Duke City para ajudá-lo a fugir. Desta forma, provoca sua própria prisão e, uma vez na cadeia, ao lado de Bondi, é surpreendido pelo desejo do amigo em permanecer no local, o que o leva a escapar, tornando-se, assim, um fugitivo. Baseado na obra de Edward Abbey.
Ace in the hole – A Montanha dos 7 Abutres
EUA, 1951, Drama, 111minutos, 14 anos
Direção: Billy Wider
Elenco: Kirk Douglas, Robert Arthur, Jan Sterling
Após ser demitido de 11 jornais por causa de seu temperamento difícil, Chuck Tatum se muda para Albuquerque para trabalhar no jornal local. Escalado para cobrir uma corrida de cascavéis, o jornalista se depara com uma história interessante sobre um homem que ficou preso no túnel de uma caverna ao procurar relíquias indígenas. No intuito de se promover às custas da história, Chuck transforma o resgate num circo midiático que passa a lhe consumir aos poucos.
7º. BIFF – BRASÍLIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL
Data: 21 a 26 de abril de 2020